A humanidade sempre utilizou substâncias bioquímicas com fins terapêuticos e isso é descrito em diversas culturas milenares e primitivas. Estas substâncias ditas “naturais” normalmente eram provenientes de extratos de plantas e provocavam algum efeito no organismo. O desenvolvimento do conhecimento químico, proporcionou a capacidade de produzir substâncias químicas sintéticas e isso revolucionou a sociedade moderna em todas as áreas, inclusive na medicina.
Durante a segunda grande guerra, um acidente envolvendo arma química chamou a atenção de pesquisadores devido ao efeito daquela substância no sangue dos feridos, com consequente inibição da proliferação dos glóbulos brancos. Deste episódio, pesquisas levaram ao desenvolvimento da primeira quimioterapia de sucesso no tratamento do câncer, proporcionando o desenvolvimento de novos tratamentos que levam a cura ou controle da doença a muitos pacientes.
A quimioterapia é representada por um grupo de substâncias químicas com efeito tóxico para a célula cancerígena. Estas drogas atuam principalmente lesando o DNA da célula do câncer, alterando seu metabolismo ou atrapalhando o seu funcionamento normal com consequente morte desta célula. Ela é administrada principalmente por via venosa, mas alguns quimioterápicos são cápsulas ou comprimidos e devem ser engolidos.
Drogas quimioterápicas com diferentes mecanismos de ação, comumente são combinadas em protocolos para alcançar o melhor efeito na morte das células do câncer, sem prejudicar tanto o organismo do paciente. Entretanto, como toda medicação, possuem efeitos colaterais que podem afetar a saúde do paciente e, o oncologista clínico, é o especialista que também calcula os riscos do uso da quimioterapia, assim como faz os ajustes necessários para que o tratamento traga o benefício desejado.
Estes efeitos colaterais mais comumente geram cansaço, enjoo, queda do cabelo e baixa da imunidade. Entretanto, estes efeitos dependem de cada organismo onde a droga atua, do protocolo usado e da dose e, são muito bem manejados pelo oncologista clínico.
Curioso notar, que algumas das drogas quimioterápicas mais usadas até hoje, foram descobertas a partir de extratos de plantas, como já faziam nossos antepassados. No câncer geniturinário, é comum usar quimioterapia no tratamento do câncer de testículo, de bexiga, de pênis e em alguns casos de câncer de próstata.