O Câncer de Rim é representado em mais de 90% dos casos pelo Carcinoma de Células Renais e representa o terceiro câncer mais comum que acomete o sistema urinário. O câncer de rim mais comum é raro em pessoas com menos de 45 anos de idade e é mais frequente em pacientes entre 65 e 74 anos. Este tipo de câncer é duas vezes mais comum em homens que em mulheres e os fatores de risco para o seu desenvolvimento estão associados ao uso de cigarro, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e história familiar de câncer de rim, principalmente naqueles que possuem a síndrome de Hippel-Lindau. O câncer de rim é uma doença com potencial de cura, mas isso está associado ao seu diagnóstico precoce, quando é possível retirar o tumor com altas taxas de cura. Mas infelizmente, o câncer de rim é uma “ameaça silenciosa”, visto que a maior parte deles em suas fases iniciais não causam sintomas, dificultando seu diagnóstico precoce. Veja aqui mais números sobre o câncer no Brasil.
A Uro-oncologia é a área do cuidado da saúde onde vários profissionais atuam para cuidar de pacientes com câncer geniturinário, como o Câncer de Rim. A interação coordenada do Urologista e do Oncologista Clínico é fundamental para o bom cuidado do paciente com câncer geniturinário e conta com todas as modalidades terapêuticas indicadas em cada tipo de câncer, apoiado no trabalho de uma equipe multidisciplinar que inclui cirurgiões(ãs), radioterapeutas, enfermeiros(as), psicólogos(as), farmacêuticos(as), médicos(as) nucleares, odontologistas, paliativistas, entre outros.
Dr Flavio Mavignier Cárcano é um super-especialista em câncer geniturinário, ou Uro-oncologia como também é chamado, e há mais de uma década se dedica ao cuidados de pacientes com este tipo de câncer. Na sua trajetória, iniciou a graduação em Medicina em 1998 na Universidade Federal Fluminense – UFF, umas das mais reconhecidas e tradicionais instituições médicas do país, formou-se médico em 2004 e ingressou para a Residência Médica no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Após a conclusão da residência em clínica, ingressou na Residência Médica em Oncologia Clínica no Instituto Nacional de Câncer – INCa, onde desenvolveu sua especialidade médica que exerce até os dias atuais desde 2009. Em 2011 concluiu seu mestrado em Pesquisa e Desenvolvimento pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, onde estudou aspectos do tratamento de pacientes com Câncer de Próstata, e em 2016 se tornou Doutor em Oncologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos (IEP-HCB), onde estudou a biologia molecular do Câncer de Testículo.
Dr Flavio também coordenou o curso de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos entre os anos de 2014 e 2022 e é Professor Permanente da Pós-graduação do Hospital de Câncer de Barretos desde 2020, onde orienta alunos de mestrado e doutorado, futuros cientistas na área de Oncologia. Dr. Flavio tem publicações científicas em periódicos internacionais de alto impacto, além de atuar como revisor de alguns deles, contribuindo para a construção do conhecimento em Oncologia.
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O que Preciso Saber sobre os Rins?
Os rins são órgãos vitais no nosso corpo, desempenhando um papel essencial no sistema excretor e na regulação do equilíbrio de água e sais no organismo. Eles estão localizados na parte posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral, em uma região que chamamos de retroperitônio.
Cada rim possui uma estrutura interna complexa composta por milhões de unidades chamadas néfrons. Os néfrons são responsáveis pela filtração do sangue e pela produção de urina. Vamos dar uma olhada nas principais partes dos rins:
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- Cápsula Renal: É uma camada externa que envolve cada rim, fornecendo proteção.
- Córtex Renal: A parte externa do rim, onde muitas funções essenciais ocorrem, incluindo a filtração do sangue.
- Medula Renal: A parte interna do rim, composta por estruturas em forma de pirâmide chamadas pirâmides renais. Aqui, a urina é coletada antes de ser direcionada para os cálices renais.
- Pelve Renal: É uma área em forma de funil na parte central do rim, onde a urina coletada dos cálices renais é armazenada antes de ser conduzida para o ureter.
- Ureter: Tubos musculares que conectam os rins à bexiga. Eles transportam a urina dos rins para a bexiga.
- Artéria Renal e Veia Renal: A artéria renal leva o sangue aos rins para ser filtrado, enquanto a veia renal transporta o sangue filtrado de volta ao resto do corpo.
O processo de filtração nos néfrons é crucial para remover resíduos, excesso de sais e água do sangue, formando a urina. Além disso, os rins desempenham um papel importante na regulação da pressão arterial, na produção de hormônios; como a eritropoetina que estimula a medula óssea a produzir os glóbulos vermelhos do sangue; e no equilíbrio ácido-base no corpo, mantendo a acidez do sangue na medida certa.
O que Causa o Câncer de Rim?
O câncer de rim ocorre quando as células renais começam a crescer de maneira descontrolada, formando um tumor. Embora as causas exatas não estejam totalmente desvendadas, existem alguns fatores de risco associados ao desenvolvimento do carcinoma de células renais:
- Genética: Algumas pessoas têm uma predisposição genética para desenvolver câncer de rim. Se há histórico familiar da doença, o risco pode ser maior.
- Tabagismo: Fumar é um fator de risco conhecido para o câncer de rim. Os produtos químicos presentes no tabaco podem afetar as células renais e aumentar a probabilidade de crescimento anormal.
- Obesidade: Pessoas com excesso de peso têm um risco aumentado de desenvolver câncer de rim. A obesidade pode causar alterações hormonais e inflamações que contribuem para o desenvolvimento do tumor.
- Hipertensão Arterial: A pressão alta crônica pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, aumentando o risco de câncer renal.
- Uso Prolongado de Analgésicos: O uso excessivo e prolongado de analgésicos, especialmente aqueles que contêm substâncias como o ibuprofeno, pode estar associado a um aumento no risco de câncer de rim.
- Exposição Ocupacional a Substâncias Tóxicas: Algumas substâncias químicas utilizadas em determinados ambientes de trabalho podem aumentar o risco de câncer renal.
- Doenças Renais Hereditárias: Algumas condições hereditárias, como a doença de von Hippel-Lindau, estão associadas a um maior risco de carcinoma renal.
É importante notar que ter um ou mais desses fatores de risco não significa necessariamente que alguém desenvolverá câncer de rim. Além disso, muitas pessoas diagnosticadas com carcinoma de células renais não apresentam fatores de risco conhecidos.
Quais os Sintomas do Câncer de Rim?
O câncer de rim, ou carcinoma de células renais, pode não apresentar sintomas nas fases iniciais e isso motivou o título deste artigo, “uma ameaça silenciosa”. À medida que o tumor cresce, no entanto, podem surgir alguns sinais que devem ser observados. Aqui estão os sintomas comuns do câncer de rim:
- Sangue na Urina (Hematuria): Um dos sinais mais evidentes pode ser a presença de sangue na urina, tornando-a rosada, vermelha ou marrom. Isso ocorre devido ao sangramento dos vasos sanguíneos nos rins afetados.
- Dor nas Costas ou no Flanco: Muitas pessoas com câncer de rim experimentam dor na parte lateral ou nas costas, onde o rim está localizado. Esta dor pode ser persistente e não é geralmente causada por lesões ou esforços físicos.
- Massa Abdominal ou Inchaço: Às vezes, um tumor renal pode ser grande o suficiente para ser sentido como uma massa abdominal palpável. Isso pode resultar em inchaço ou uma sensação de plenitude na região abdominal.
- Fadiga e Perda de Peso Inexplicadas: Como em muitos tipos de câncer, o câncer de rim pode causar fadiga persistente e perda de peso não intencional. Isso ocorre devido ao esforço do corpo para combater o crescimento anormal das células.
- Pressão Alta (Hipertensão): Alguns casos de câncer de rim podem levar a um aumento na pressão arterial. Isso pode ser causado pelo tumor afetar os vasos sanguíneos dos rins.
É importante observar que esses sintomas podem ser causados por diversas condições médicas, e a presença de um ou mais não é necessariamente indicativo de câncer de rim. No entanto, se você experimentar esses sintomas, especialmente se eles persistirem por um período prolongado, é crucial procurar orientação médica para um diagnóstico adequado e tratamento precoce, caso necessário. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento do câncer de rim.
Como Saber se Tenho Câncer de Rim?
Como mencionado anteriormente, o câncer de rim é uma “ameaça silenciosa”, visto que em suas fases iniciais, o tumor cresce sem causar muitos sintomas. Frequentemente, as lesões que são diagnosticada em fases iniciais são descobertas incidentalmente, quando o paciente faz uma ultrassonografia do abdome ou uma tomografia abdominal por outro motivo. A doença mais avançada pode causar alguns sintomas como dor nos flancos e sangramento na urina, mas isso não é uma regra e, infelizmente, alguns casos são diagnosticados em fases avançadas mesmo sem que o paciente tenha tido qualquer sintoma.
Portanto, observe se você possui algum fator de risco como obesidade, uso de cigarro, hipertensão arterial e histórico de câncer de rim na família, por exemplo, e se algum dos sintomas citados acima está presente. Embora não exista comprovação de eficácia para uso rotineiro de exames de check-up, discuta com seu médico o benefício de fazê-los, principalmente para quem tem mais de 55 anos e apresente algum fator de risco acima.
Quais os tipos de Câncer de Rim?
O câncer de rim, embora relativamente menos comum do que outros tipos de câncer, apresenta uma variedade de subtipos, cada um com suas próprias características distintas e desafios de tratamento. Entre os tipos mais frequentes, destacam-se o carcinoma renal de células claras, o carcinoma papilar de células renais, o carcinoma cromófobo de células renais, o câncer renal de ductos coletores e o câncer renal sarcomatoide. Com avanço do entendimento molecular da doença, atualmente outros subtipos estão sendo descritos e são classificados de acordo com as alterações genéticas que eles possuem.
O carcinoma renal de células claras (CRCC) é o mais prevalente, representando aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Originando-se nos túbulos renais responsáveis pela filtragem do sangue, este tipo de câncer apresenta uma incidência significativa na população, afetando cerca de 10 em cada 100 mil habitantes. Sua frequência e agressividade o tornam um dos principais focos de estudo e tratamento no campo da oncologia renal.
O carcinoma papilífero (papilar) de células renais, por sua vez, constitui uma parcela menor, representando entre 10% a 15% dos casos diagnosticados. Apesar de sua menor incidência, sua capacidade de obstruir o fluxo urinário e causar dor torna-o clinicamente relevante e digno de atenção médica.
Outro subtipo, o carcinoma cromófobo de células renais, é menos comum, contribuindo com cerca de 4% a 5% dos diagnósticos. Sua peculiaridade reside na dificuldade de visualização em exames padrão, respondendo apenas a corantes específicos. Embora tenda a ser menos agressivo em comparação com outros tipos, ainda assim demanda cuidados e tratamento especializado.
Os cânceres renais de ductos coletores e sarcomatoide são considerados raros, representando cada um apenas 1% dos casos diagnosticados. No entanto, sua natureza agressiva e assemelhação a outros tipos mais comuns tornam esses subtipos desafiadores tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento.
Além desses tipos mencionados, é importante destacar o tumor de Wilms, também conhecido como nefroblastoma, que afeta predominantemente crianças. Embora menos frequente em adultos, este tipo de câncer renal requer abordagens terapêuticas específicas, levando em consideração as particularidades da idade do paciente.
O conhecimento e a compreensão dos diferentes subtipos de câncer renal são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento, visando melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa doença.
Quais são os Estágios e Prognóstico do Câncer de Rim?
As células do câncer sofrem mutações constantes que dão condições para que elas ganhem habilidades tais como multiplicação acelerada, formação de novos vasos sanguíneos para nutrir o tumor, invasão da circulação sanguínea que por fim, pode levar ao desenvolvimento do câncer em outras partes do corpo, o que chamamos de metástase. O carcinoma renal, é uma doença que pode progredir por estágios distintos, cada um com características específicas que influenciam no prognóstico e nas opções de tratamento. Entender esses estágios é fundamental para uma abordagem clínica eficaz e para a orientação dos pacientes sobre o seu prognóstico.
Após a avaliação apropriada do Oncologista Clínico, exames de imagem são realizados no intuito de identificar a extensão da doença, se confinada do rim ou se com metástase já presente. Dessa forma, o médico será capaz de concluir o estadiamento da doença, dando condições a ele de montar um plano de tratamento e calcular as chances de cura, assim como o tempo que a doença pode ter controle com o tratamento proposto.
Estágio 1 do Câncer de Rim:
No estágio inicial do câncer de rim, o tumor é limitado ao rim e ainda não se espalhou para os tecidos circundantes ou para os gânglios linfáticos. Neste estágio, o tumor é frequentemente pequeno e pode ser tratado com cirurgia com alto índice de cura. O prognóstico para os pacientes nesse estágio geralmente é excelente, com taxas de sobrevida a longo prazo significativas.
Estágio 2 do Câncer de Rim:
No estágio 2, o tumor continua confinado ao rim, mas pode ser maior em tamanho do que no estágio 1. Embora ainda não tenha se espalhado para os gânglios linfáticos ou outros órgãos, pode representar um desafio maior para o tratamento do que no estágio anterior. No entanto, a cirurgia ainda é uma opção viável para muitos pacientes, e o prognóstico geralmente é favorável quando o tumor é completamente removido.
Estágio 3 do Câncer de Rim:
Neste estágio, o câncer pode já ter se espalhado além do rim para os tecidos ao redor, como os tecidos adiposos e as glândulas supra-renais, para os gânglios linfáticos que drenam o rim, mas não para gânglios linfáticos distantes ou outros órgãos. O tratamento pode envolver cirurgia, terapia direcionada, imunoterapia ou uma combinação dessas abordagens. O prognóstico neste estágio pode variar dependendo da extensão da disseminação do tumor e da resposta ao tratamento.
Estágio 4 do Câncer de Rim:
O estágio 4 é o mais avançado e desafiador. Neste ponto, o câncer se espalhou para além do rim para os gânglios linfáticos distantes, órgãos como o fígado, pulmões, ossos ou cérebro. O tratamento neste estágio geralmente se concentra em aliviar os sintomas, retardar a progressão da doença, aumentar o tempo de vida e melhorar a qualidade de vida, pois a cura completa pode ser mais difícil de alcançar. O prognóstico para os pacientes com câncer de rim no estágio 4 varia significativamente e depende de vários fatores, incluindo a saúde geral do paciente, a resposta ao tratamento e a presença de outras condições médicas. A boa notícia é que, com o avanço dos novos tratamentos como a imunoterapia, alguns pacientes tem alcançado tempos de vida muito longos, colocando a possibilidade de cura mais próxima, mesmo em estágios avançados.
Em todos os estágios do carcinoma renal, o prognóstico pode ser influenciado por fatores como o tipo de células cancerígenas, o grau do tumor, a presença de metástases e a resposta ao tratamento. É essencial que os pacientes diagnosticados com câncer de rim trabalhem em estreita colaboração com seu Oncologista Clínico para desenvolver um plano de tratamento personalizado e receber apoio emocional durante sua jornada de enfrentamento da doença.
Mensagem Final sobre Esta Ameaça Silenciosa: Câncer de Rim
O câncer de rim pode ser uma “ameaça silenciosa”, mas é possível curá-lo se diagnosticado em suas fases iniciais. Se você apresenta algum sintoma relacionado ou se possui fatores de risco como mencionados neste artigo, procure um Oncologista Clínico habilitado para avaliar a necessidade de investigação. É importante destacar que muitas condições podem causar sintomas semelhantes aos do câncer de rim, e a presença de um sintoma não significa necessariamente que você tem a doença. O diagnóstico preciso e o plano de tratamento devem ser determinados por um Oncologista experiente com base em uma avaliação abrangente. Cuide de sua saúde!
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