Imunoterapia

A imunidade ou Sistema Imunológico de nosso organismo, é um dos sistemas mais complexos e fundamentais para a existência de qualquer ser vivo. A imunidade se desenvolveu ao longo de milhares de anos de evolução da vida na terra, aprendendo a nos proteger de substâncias e microrganismos potencialmente nocivos e que estão à nossa volta a todo tempo.

Entretanto, apesar de conhecermos um padrão de como ela funciona, a imunidade é única para cada indivíduo, pois cada um interagiu com substâncias e microrganismos diferentes ao longo da vida e a imunidade foi se moldando para proteger o organismo do mundo à sua volta. Existem dois grandes tipos de imunidade, a imunidade inata e a adquirida.

A primeira é composta por um grupo de células que estão em todas as partes do nosso organismo e funcionam mais imediatamente como se fossem os “soldados da guarita do quartel”. Apareceu o inimigo, ela já entra em ação. Mas esta imunidade causa efeitos inespecíficos, como a inflamação, para tentar exterminar microrganismos que tentam invadir o nosso corpo.

Já a imunidade adquirida, é composta por células como os linfócitos, que circulam no sangue e são capazes de produzir anticorpos. Esta imunidade é moldada ao longo do tempo, reconhecendo as substâncias e microrganismos e criando um tipo de “memória” imunológica para nos proteger mais facilmente em um próximo contato com estes fatores nocivos.

Além disso, a imunidade aprende também a reconhecer as proteínas do nosso próprio corpo, para que ela não passe a atacar o que não deve. O câncer, apesar de surgir de uma célula normal, produz proteínas que são reconhecidas como alteradas pelo sistema imunológico e não como do próprio organismo. Assim, a imunidade tem papel importante, tentando eliminar o surgimento e desenvolvimento do câncer.

Entretanto, muitos canceres produzem proteínas que fazem com que se “camuflem” do sistema imune. Estas proteínas, assim como outras que estão nos linfócitos, podem ser usadas como alvos de drogas produzidas especificamente para atacá-las, como os anticorpos monoclonais falados no tópico terapia alvo-dirigida. Ao manipular o sistema imunológico desta forma, conseguimos ativá-lo de forma mais eficiente para atacar as células do câncer.

A nova imunoterapia (como as drogas anti-PD-1, anti-PD-L1 e anti-CTLA-4) têm sido uma revolução no tratamento do câncer e hoje existem dezenas de indicações em vários tipos de câncer, seja usada isoladamente ou em combinação com outras drogas.

Normalmente, estas drogas são anticorpos monoclonais infundidos pela veia e tem efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico, podendo produzir ataques não esperados aos tecidos normais do organismo. Dessa forma podem gerar coceira, manchas na pele, diarreia, alterações da tireoide, inflamação pulmonar, entre outros.

No câncer geniturinário a imunoterapia é fundamental no tratamento do câncer de rim e pôde levar a um aumento impressionante na sobrevida destes pacientes. Em câncer de bexiga, ela está sendo cada vez mais indicada e este tipo de câncer também conta com um outro tipo de imunoterapia, como o BCG intravesical, que é importante arma terapêutica nos casos iniciais da doença.

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